Rosa Gauditano, uma das mais importantes fotógrafas brasileiras, faleceu em 7 de agosto de 2025, deixando um legado poderoso na documentação social do Brasil. Nascida em São Paulo em 1955, Rosa dedicou sua carreira a fotografar grupos marginalizados, como populações indígenas e comunidades LGBT, desde os anos 1970. Seu trabalho se destaca no campo da fotoetnografia, capturando a realidade dessas comunidades com sensibilidade e compromisso social.
A partir de sua formação inicial em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, Rosa ingressou no fotojornalismo profissional em 1977, trabalhando para o jornal de imprensa alternativa *Versus*, onde posteriormente se tornou editora de fotografia. Durante esse período, registrou eventos fundamentais, como as greves dos operários do ABC paulista, que tiveram grande impacto político e social no país. Concluiu cursos de Fotografia na FAAP e também lecionou fotojornalismo na PUC-SP no início da década de 1980.
Ao longo de sua carreira, Rosa trabalhou em importantes veículos de comunicação, como *Folha de S.Paulo* e *Veja*, e em 1985 fundou sua agência Fotograma, permitindo trabalho autônomo focado em fotojornalismo e documentação. Ela dedicou especial atenção a movimentos sociais, englobando manifestações do Movimento Negro Unificado, protestos de mulheres e causas indígenas.
Desde 1989, Rosa intensificou seu contato com povos indígenas do Brasil, como karajás, kayapós, xavantes, yanomamis e guaranis, ampliando sua obra para sessões dedicadas a registrar suas culturas e tradições. Essa fase resultou em publicações que se tornaram referências, como os livros *Índios. Os Primeiros Habitantes* (1998), *Raízes do Povo Xavante* (2003) e *Festas de Fé* (2004). Além disso, fundou em parceria com a Unesco a ONG Nossa Tribo, com iniciativas focadas em nutrição infantil e valorização cultural.
Rosa Gauditano recebeu reconhecimento por sua contribuição artística e social, com exposições e prêmios importantes. Seu acervo não apenas documenta momentos cruciais da história brasileira, mas humaniza os protagonistas desses capítulos, colocando sua lente a serviço da memória e da valorização daqueles invisibilizados pela grande imprensa.
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