O caso Savarino no Botafogo tem gerado grande repercussão e expõe os desafios e controvérsias envolvendo o modelo de multipropriedade no futebol brasileiro e internacional. Em março de 2025, o Botafogo vendeu os direitos econômicos do meia-atacante venezuelano David Savarino para o clube francês Lyon por 7,6 milhões de euros (cerca de R$ 48,4 milhões), em uma estratégia para melhorar o fluxo de caixa do clube europeu, que enfrenta restrições para contratações. Essa venda foi parte de um acordo que envolveu também outros jogadores como Luiz Henrique, Thiago Almada, Igor Jesus e Jair, todos negociados com o Lyon em condições que o Botafogo considera desfavoráveis e agora cobra uma compensação judicial de mais de R$ 410 milhões[1][3][5].
Apesar da venda dos direitos, Savarino permaneceu no Botafogo atuando normalmente, pois sua família não aceitou a transferência para a França por questões pessoais e de adaptação, já que estão estabelecidos no Rio de Janeiro. Esse veto familiar gerou uma situação paradoxal em que o jogador pertence juridicamente ao Lyon, mas continua registrado e jogando pelo Botafogo, evidenciando as dificuldades práticas dessa rede de clubes gerida pelo empresário John Textor. O conflito judicial e estratégico que emergiu desse arranjo mostra os riscos das redes de multipropriedade no futebol, que na teoria deveriam criar sinergia entre equipes, mas na prática têm causado disputas financeiras e operacionais[1][4].
Além disso, Savarino foi homenageado pela torcida do Botafogo no estádio Nilton Santos, em agosto de 2025, com um mosaico 3D, reconhecendo seu papel fundamental nos títulos de Libertadores e Brasileirão conquistados pelo clube em 2024. Apesar de não estar em sua melhor fase no momento, ele é o único remanescente do quarteto estrelado da última temporada após as vendas para a Europa. No entanto, a partida em que a homenagem ocorreu foi marcada por derrota e vaias da torcida, o que reforça o clima tenso em torno do clube e do jogador[2][6].
Em resumo, o caso Savarino coloca em evidência a complexidade dos modelos de compartilhamento de atletas entre clubes-irmãos, as decisões delicadas entre interesses familiares e empresariais, e as implicações financeiras que isso traz para clubes como o Botafogo, que buscam equilíbrio financeiro e competitivo. O desenlace dessa disputa terá impacto não apenas na situação de Savarino, mas também no futuro da gestão que envolve o grupo americano controlado por John Textor.
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