Na tarde da última quinta-feira (10), um grave acidente chocou a Serra Gaúcha: uma menina de 11 anos caiu do mirante do Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, na divisa entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A criança, que tem transtorno do espectro autista, estava visitando o parque com a família, natural de Curitiba (PR), quando o incidente aconteceu por volta das 13h, no momento em que se deslocavam para um banco de descanso para lanchar.

Segundo relatos, enquanto os pais e irmãos se preparavam para o lanche, a menina saiu correndo em direção ao penhasco e, apesar da tentativa do pai de alcançá-la, caiu do local, que não possui barreira de proteção. A queda ocorreu numa área central do cânion, num trecho de difícil acesso e sem vegetação, e a altura da queda ainda não foi oficialmente divulgada, mas o local tem mais de mil metros de altitude, caracterizando enorme perigo.

A localização da criança só foi possível após cerca de quatro horas de buscas, com o uso de drone equipado com câmera térmica, que detectou a vítima a aproximadamente 70 metros da borda do cânion. O resgate foi um grande desafio: equipes dos bombeiros de Cambará do Sul, Canela e Gramado, com apoio da Polícia Civil, Brigada Militar e Samu, realizaram a operação que exigiu técnicas de rapel para acessar a área. Um heliponto foi estabelecido para facilitar a movimentação das equipes e um helicóptero da Polícia Civil auxiliou nas buscas aéreas.

Infelizmente, apesar dos esforços de resgate, a menina foi encontrada sem vida na noite da quinta-feira, a cerca de 70 metros do ponto da queda. O corpo foi cuidadosamente retirado do cânion pelos bombeiros, que também prestaram apoio psicológico à família, especialmente por se tratar de uma criança com autismo.

O Cânion Fortaleza é uma das principais atrações turísticas da região, conhecido por sua imponência e por atividades ao ar livre, atraindo muitos visitantes, principalmente durante as férias escolares. Contudo, o acidente levanta um alerta sobre a segurança dos visitantes, uma vez que o local onde a menina caiu não conta com barreiras de proteção para evitar quedas.

Autoridades e a concessionária responsável pela visitação no parque reforçaram a importância do respeito às normas de segurança e a necessidade de vigilância redobrada dos responsáveis por crianças em áreas de risco. Já houve, no passado, incidentes com turistas que se aventuraram em áreas proibidas, e este trágico episódio faz refletir sobre medidas preventivas para preservar vidas.

Este caso comoveu toda a região e mobilizou equipes de resgate por horas em condições difíceis, incluindo uma noite fria que acompanhou a operação.

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