## Bar Ministrão é interditado em São Paulo após casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas
A Polícia Civil de São Paulo interditou, nesta terça-feira (30), o tradicional bar Ministrão, localizado na Alameda Lorena, no bairro dos Jardins, em uma das regiões mais nobres da capital paulista. A medida ocorreu após a suspeita de que bebidas alcoólicas adulteradas com metanol estariam sendo comercializadas no local, levando a pelo menos um caso gravíssimo: uma mulher de 43 anos ficou cega após consumir vodca no estabelecimento[1][3]. O Ministrão é frequentado principalmente por profissionais da região para happy hours e almoços, o que amplia o alcance e a repercussão do caso[3].
A ação faz parte de uma operação maior contra a venda de bebidas falsificadas e contaminadas por metanol na cidade. Além do Ministrão, outros três estabelecimentos — em Mooca, Vila Mariana e São Bernardo do Campo — também foram fechados preventivamente[1][3]. Durante a fiscalização, foram apreendidas mais de 100 garrafas de bebidas destiladas no bar, muitas delas sem nota fiscal, o que dificulta o rastreamento da origem e a garantia da segurança dos produtos[1][3]. Apesar disso, durante novas vistorias, as bebidas presentes no local na terça-feira (30) apresentavam características regulares, mas as autoridades afirmaram que não descartam a possibilidade de manipulação anterior do estoque[3].
O diretor do Centro de Vigilância Sanitária do Estado, Manoel Bernardes de Lara, destacou que a interdição foi feita por precaução, já que o Ministrão está diretamente ligado ao caso da cliente que perdeu a visão após ingerir a bebida adulterada[1][3]. A operação contou ainda com a participação das vigilâncias sanitárias municipal e estadual, do Procon e da Polícia Civil, que investigam se as bebidas comercializadas no local têm relação com outras mortes suspeitas por intoxicação na cidade[1][3].
### Reação do dono do bar
José Rodrigues, dono do Ministrão há 22 anos, negou veementemente ter vendido bebidas falsificadas ou adulteradas intencionalmente. Ele afirmou que comprava produtos de distribuidoras conhecidas (como Coca-Cola e Heineken), mas adquiria vodca de um vendedor informal, sem nota fiscal, por dificuldades em conseguir esse tipo de bebida de fornecedores regularizados[4]. Rodrigues declarou que ficou chocado com a constatação de metanol nas análises e reforçou que jamais comercializaria produtos sabidamente adulterados[4].
A Vigilância Sanitária informou que o estabelecimento poderá responder a processo administrativo, com penalidades que variam de multa à interdição definitiva, dependendo do resultado das investigações[4]. A Polícia Civil segue apurando se há ligação entre as bebidas vendidas no Ministrão e outros casos de intoxicação na capital[4].
### Alerta para consumidores e comerciantes
O caso do Ministrão chama a atenção para os riscos do consumo de bebidas alcoólicas de origem duvidosa, especialmente aquelas adquiridas sem nota fiscal ou de vendedores informais. O metanol, mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, coma e até a morte. Especialistas recomendam que consumidores comprem bebidas apenas em estabelecimentos reconhecidos e exijam sempre a nota fiscal do produto. Comerciantes devem redobrar a atenção ao adquirir produtos de fornecedores confiáveis e regularizados.
### Casos ampliam preocupação sanitária em São Paulo
A interdição do Ministrão é a primeira dentro de uma operação mais ampla contra a venda de bebidas adulteradas com metanol na cidade, mas autoridades já identificaram casos suspeitos em outras regiões. O governo do estado mantém um gabinete de crise para tratar do tema, diante do aumento de casos graves e do risco imediato à saúde pública[2].
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