O Nepal enfrenta uma profunda crise política e social provocada por uma série de protestos em massa liderados pela Geração Z, que teve início em setembro de 2025. A revolta começou após o governo impor bloqueios em redes sociais, gerando uma resposta feroz da população jovem contra a corrupção, nepotismo e restrições à liberdade de expressão digital. A violência escalou rapidamente, resultando na morte de pelo menos 30 pessoas, centenas de feridos e uma onda de tumultos que paralisou o país.

Durante os protestos, prédios governamentais importantes, como o Parlamento, a Suprema Corte e diversos ministérios, foram invadidos e incendiados pelos manifestantes. Residências de figuras políticas, incluindo a do ex-primeiro-ministro KP Sharma Oli, que renunciou em meio à crise, também foram atacadas com fogo. O aeroporto internacional de Kathmandu, uma das principais portas de entrada para turistas que visitam o Himalaia, foi fechado temporariamente devido à fumaça provocada pelos incêndios. Civis armados com rifles de assalto foram vistos nas ruas da capital, evidenciando o clima tenso e caótico instalado no Nepal.

No centro dessa revolta está a figura de Balendra Shah, ex-rapper e atual prefeito de Kathmandu, que ganhou popularidade por sua campanha de limpeza da cidade e agora aparece como uma liderança forte para a Geração Z. Após a renúncia do primeiro-ministro, Shah pediu paciência e calma aos jovens manifestantes, destacando que agora eles terão de assumir a responsabilidade de liderar o país.

Paralelamente à crise política, o Nepal mantém expectativas econômicas relativamente positivas. De acordo com relatórios do Banco Mundial e do Banco Asiático de Desenvolvimento, o país projeta um crescimento econômico de cerca de 4,4% a 4,5% para o ano fiscal de 2025, com potencial de aceleração para 5% nos anos seguintes. A recuperação deve ser sustentada por setores como o comércio interno, a geração de energia hidrelétrica e a agricultura. Entretanto, desafios como desastres naturais, instabilidade política e atrasos na execução orçamentária podem afetar essa trajetória.

A Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou profunda preocupação com as perdas humanas e pediu diálogo, moderação e respeito aos direitos humanos por todas as partes envolvidas. O secretário-geral António Guterres conclamou o governo e manifestantes a buscar soluções pacíficas para a crise, visando restaurar a segurança e a ordem no país.

Este momento delicado marca um ponto de virada para o Nepal, onde a juventude ativista demonstra sua força política, enquanto o país luta para equilibrar estabilidade social, crescimento econômico e governança democrática em meio a tensões crescentes.

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