A Eritreia, país do Chifre da África, vive um momento delicado marcado por tensões políticas e desafios econômicos significativos. Situada ao longo da costa do Mar Vermelho, a Eritreia tem sido um ator central em conflitos regionais, especialmente envolvendo sua vizinha Etiópia, com quem mantém uma fronteira estratégica e historicamente conturbada.
Nos últimos meses, aumentaram os receios sobre uma possível escalada da guerra entre Eritreia e Etiópia, particularmente na região de Tigré, no norte da Etiópia, que já viveu um conflito brutal desde 2020, causando mais de 600 mil mortes e milhões de deslocados. O exército eritreu, acusado por organizações internacionais de crimes contra a população tigrenha, ainda ocupa áreas fronteiriças etíopes, alimentando a instabilidade na região. Em resposta, a Etiópia reforçou sua presença militar com tanques e tropas, enquanto a Eritreia convocou reservistas, gerando apreensão quanto a um possível conflito aberto entre os dois países[1][3][5].
Além da instabilidade geopolítica, a economia eritreia enfrenta desafios estruturais. Apesar de um crescimento significativo do PIB nos últimos anos — 8,7% em 2011 e 7,5% em 2012 devido à exploração de recursos minerais como ouro e prata e ao desenvolvimento industrial, principalmente na cidade portuária de Massawa — o país convive com alta inflação, escassez de divisas e um elevado déficit público. A agricultura ainda é o principal empregador, mas responde por uma pequena parte do PIB, enquanto setores como serviços e indústria mineral assumem maior protagonismo. Projetos de infraestrutura, incluindo estradas, usinas de energia e portos, vêm sendo implementados com apoio internacional, mas a insegurança alimentar e a resistência do governo à ajuda externa seguem como obstáculos[2][4][6].
Internamente, a Eritreia enfrenta críticas sobre direitos humanos e políticas autoritárias, incluindo denúncias de recrutamento militar forçado para preparar a população para possíveis conflitos. Essas tensões refletem em protestos até mesmo no exterior, como ocorrido em Israel, onde a diáspora eritreia protesta contra o regime local[3].
Diante deste cenário complexo, a Eritreia segue na mira da atenção internacional, com a necessidade urgente de soluções diplomáticas que evitem um conflito de maior escala e promovam o desenvolvimento sustentável da nação e da região.
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